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  • Samy Nalesso

Minha experiência com a AIESEC: Intercâmbio na Cidade do México.


Em 2016, morava no Brasil e em plena crise fiquei desempregada, terminei um relacionamento e já estava para receber meu diploma da faculdade. Pensei, o que fazer da minha vida agora? Impossível de encontrar trabalho, principalmente na minha área, professora de idiomas. Com o dinheiro recebido da indenização e com muita ajuda do meu pai, consegui realizar um sonho, fazer um intercâmbio. Porém havia muitos processos antes desse sonho ser realizado.

Primeiro passo era definir o que eu queria, pesquisei muito, li vários blogs sobre intercâmbios e não sabia o que realmente eu queria fazer, trabalhar, estudar e etc... Eu já tinha um destino exato, claro que era o México, mas o que fazer neste país?

Pensei em buscar uma pós na UNAM, mas será que eu poderia pagar minha estadia? busquei cursos de idioma no centro de línguas da UNAM, era uma opção mais cabível no meu bolso. Entre no site, imprimi as informações e já estava quase tudo pronto para dar entrada no intercâmbio.

Mas uma amiga da universidade me contou sobre a AIESEC, já que ela também queria fazer intercâmbio. Então busquei e pesquisei sobre essa empresa, enviei um e-mail dentro do site e passou quase um mês para responderem, eu já havia até esquecido e estava buscando outras alternativas, como empresas de intercâmbio, todas extremamente caras para meu bolso.

Um representante voluntário da AIESEC fez contato via whatsapp, marcamos uma entrevista presencial, o representante me mostrou e ensinou um pouco sobre a empresa, conversamos sobre os meus planos, e o que eu queria fazer fora do país.

Mas, para começar, O QUE É A AIESEC?

A AIESEC é uma plataforma internacional que possibilita o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens estudantes atráves de programas de trabalho em equipe, liderança e intercâmbio.

-informação retirada do Wikipedia

Conheça mais a AIESEC no site http://aiesec.org.br/

Então para entender melhor, a AIESEC é um intercambio para realizar trabalhos voluntários, eu conheci o trabalho da AIESEC pelo mundo pesquisando videos e blogs com experiências totalmente positivas.

O primeiro passo foi meu cadastramento a plataforma da AIESEC, chamada de opportunities, um sistema onde a AIESEC de vários países recebendo voluntários e enviando-os.

A plataforma é inglês, nada dificil, porque é um sistema simples de filtragem de informações. Então, tive que estabelecer meus critérios, por exemplo, coloquei o país que queria atuar, depois busquei pelo projeto.

Os projetos da AIESEC são alinhados com os OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEIS (ODS) a ONU, SÃO 17 Metas e entra elas são acabar com a fome, pobreza, vida saudável, educação e entre outras objetivos globais.

ONU

Achei impressionante cada projeto, e decidi trabalhar com crianças, me apliquei a 3 projetos, Cidade do México, Mérida e Guadalajara. O primeiro a me chamar foi na Cidade do México, marcamos a entrevista via SKYPE, por e-mail me deram a opção de fazer a entrevista em inglês ou espanhol.

Vale lembrar que para fazer esse tipo de intercâmbio é necessário ter nivel intermediário em um destes idiomas. Claro, depende do país e projeto qual você deseja se aplicar. Há muitos projetos para ensinar inglês a crianças, eu não tinha nem o básico do inglês para pode trabalhar com isso.

Seja honesto com suas habilidades, até porque na hora da entrevista via SKYPE não tem como esconder.

O projeto qual me apliquei, como disse era com crianças, de 7 a 12 anos em escolas publicas, era relacionado ao objetivo 3 da ONU, vida saudável.

A entrevista parecia de emprego, com perguntas pessoais e profissionais, sobre a universidade, trabalhos, meus gostos e hobbies e também aquela pergunta classica de 3 defeitos e 3 qualidades.

Após isso, ficaram de dar a resposta dentro de alguns dias, que na verdade viraram semanas, só que o projeto já estava perto de acontecer, porém eu ainda não tinha resposta, então não poderia comprar as passagens de avião. Demorou, mas recebi a confirmação que havia sido aceita no projeto.

Após comprar as passagens, fizemos uma reunião pré projeto, com diversas pessoas que iriam a várias partes distintas do mundo, aplicando vários projetos. Nesta reunião, os representantes que trabalham voluntariamente para treinar os novos intercambistas puderam explicar o que era a AIESEC, suas metas e desafios. Explicaram também como séria a atuação fora do país, nossos direitos e deveres e suas experiências com projetos na AIESEC.

Para viajar era obrigatório o seguro viagem, poderia ser qualquer empresa, porém deveria cobrir no mínimo os dias de trabalho voluntário. Contratei a empresa indicada pela AIESEC que até então era a ASSISTCARD, contratei por 60 dias e a cotação do dólar + o desconto para AIESEC ficou 230 dólares.

Seguro viagem foi provado e aprovado, fiquei um dia inteiro internada no hospital na Cidade do México (um pequena infecção por comida gordura, eu comia muito na rua, e uma pequena anemia) e no hospital foi rápido e fácil, vale a pena por mil vantagens que eles oferecem, confira e saiba seus direitos.

Para entrar no México eu descobri que necessita uma carta convite da empresa para que não ter problemas na imigração, mas até um dia antes de embarcar, eu não tinha a carta convite e muito menos uma casa para dormir.

Comecei a insistir com o grupo organizador do Brasil e do México, mas nada de resultados. Pesquisei e encontrei telefones de diretores da empresa, somente assim para conseguir receber o as informações. Já que a minha coordenadora do meu projeto no México dizia que não era necessário uma carta. Mas após a pressão dos diretores da AIESEC no Brasil eu recebi a carta convite um dia antes da minha viagem. E assim que eu cheguei a imigração a primeira coisa que me perguntaram o que estava fazendo lá e se tinha carta convite ou reservas no hotel.

A imigração já conhece a AIESEC então tudo fica mais fácil. Mas, não correr risco eu indico estar com tudo que a imigração do pais que você escolheu peça. No caso do México, eles pedem a carta convite, pode ser que eles peçam ou não, eu prefiro não contar com a sorte.

Uma certa parte do intercâmbio foi extremamente estressante, o contato com a AIESEC México sempre foi muito falho e isso me deixava preocupada com o que fosse acontecer no meu voluntariado.

Chegando ao México fui recebida pelos voluntários da AIESEC, sendo que isso é uma das obrigações deles, pode ser recebido no aeroporto por alguém da sua host family ou por um voluntário da AIESEC. Eles te deixam até a casa da host family.

A hostfamily deverá te dar uma cama, não necessariamente um quarto sozinho, poderá dividir o quarto com alguém da família ou outro intercambista.

Dificilmente encontrará uma família chata, até porque eles também são voluntários em receber os intercambistas. Então, serão super amáveis e preocupados, te ajudaram em tudo e ofereceram o melhor. (caso aconteça algum problema em sua família não deixe de comunicar a AIESEC).

Quando começamos o projeto nós nos reunimos em uma estação de metro próxima a primeira escola que íamos trabalhar, já que era 1 por dia na semana.

Eramos um grupo grande, mais de 20 pessoas de diversas nacionalidades. 7 eramos brasileiros, mas havia da Argentina, Peru, Alemanha, Israel, China, Costa Rica e Bolívia.

O projeto chama-se VISA, vida saudável. Na semana íamos as escolas públicas, e separados em duplas entravamos nas salas de aula para ensinar um pouco sobre alimentação saudável, exercícios, água, quantidade de açúcar que ingerimos, higiene e entre outros. Também, um tempo fora da sala de aula para brincar e praticar exercícios com as crianças.

Antes de começar o projeto, recebemos apostilas sobre os conteúdos que devíamos ensinar, uns dias antes de começar nos reunimos para planejar o conteúdo.

Fizemos uma feira das culturas, cada intercambista teve que levar algumas coisas que represente seu pais para ensinar as crianças.

Minha experiência com o projeto em si, com as escolas e crianças foi uma lição de vida que quero levar no meu coração para sempre. Fui super bem recebida pelas crianças, acredito que eu tenha dado meu 100% para influencia-las a serem mais ativas, entenderem melhor a saúde, e principalmente ensinei muito português pelas salas que passei. As crianças eram super curiosas e entusiasmadas por terem estrangeiros em suas salas, foi um primeiro contato com alguém de outro país. Eram escolas publicas, de bairros mais afastados, relativamente mais carente.

As crianças queriam conversar, tirar foto e dividir seus lanches na hora do recreio. Ganhei muito docinho típico que eles queriam que eu prova-se, claro, quase tudo com pimenta ou tamarindo. Muitas escolas, diretores e professores, foram amáveis, nos ofereciam comida já que ficávamos até as 14h30, já outras escolas haviam professoras mais hostis que não aceitavam tão bem nossa visita.

Eu acordava ás 5 da manhã na semana, e começa a minha jornada até chegar nessas escolas, já que o trânsito nesta cidade é bem complicado e cada um tem que se virar para chegar no horário combinado.

Todas as escolas destinadas eram em lugares longes da casa onde eu morava. Usava o metro, táxi, ônibus todos os dias, a cidade é grande e o transito é terrível, acredite.

Teve muita aprendizagem e evolução por uma minha parte profissional. Eu sempre fui uma pessoa muito estressada, ansiosa e neurótica, então nunca soube muito bem trabalhar em equipe e depender de outras pessoas para desenvolver algo, sempre trabalhei, mas não com a pressão de estar longe de casa. Primeiramente tive problemas com a falta de organização da AIESEC México e dos meus colegas voluntários.

Havia um horário especifico para que todos pudessem chegar juntos as escolas, e não se perderem ou terem problemas com a chegada e saída, já que muitas vezes era longe ou perigoso para ir sozinho.

Havia companheiros que chegavam quase 2 horas depois do combinado. Atrasando a todos e as escolas. Houve muita falta de interesse por vários de meus companheiros voluntários. Muitos na verdade fazem esse intercambio, não para ajudarem ao próximo e sim para conhecer um país de uma forma mais barata, já que se economiza muito ficando hospedado na casa de um nativo.

Uma vez por semana fazíamos reuniões depois das aulas, eram sexta-feiras bem difíceis, sair da escola e ir a outro local longe.

Já que entravamos na escola as 9 am e saímos as 14h30 e muitas vezes não dava tempo de almoçar porque as reuniões sempre eram longes, eu sem comer sou mais estressada que o normal.

Não estou dizendo que todos da aiesec ou aiesec México são desorganizados, porém o meu projeto houve muitas falhas humanas.

O final do intercambio o resultado foi, tenho muitos amiguinhos mexicanos agora, que os levo em meu coração. Fiz amizades de várias nacionalidades, e aprendi muitas coisas. A dar valor a nossa casa, o que temos, aos nossos país e a vida boa que recebemos, a dar valor ao nosso país que mesmo em dificuldades ele se torna la fora o melhor lugar do mundo, com as melhores pessoas e comida. Como somos mais patriotas fora do país. rs

Aprendi muito com a família mexicana qual morei, aprendi com amigos mexicanos que conheci nesta viagem, que até hoje conversamos.

Conhecer outra cultura e se entregar a ela é uma experiência que vale muito.

 
 

Têm uma experiência com a AIESEC? Conte aqui no blog para ajudar os futuros intercambistas.

Envie para o e-mail samiranalesso@icloud.com

assunto: AIESEC

texto: Um relato da sua experiencia com a AIESEC, não esqueça de colocar o destino, algum perrengue que passou e a melhor parte do intercambio.

Se informar suas redes sociais serão divulgadas no post.

Se puder, nos envie uma foto da sua experiência.

Obrigada,

Brasileira vivendo na Cidade do México.

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